sábado, 11 de maio de 2013

O QUE É DIABETES TIPO 2?


O QUE É DIABETES TIPO 2?

Sinônimos: Diabetes não insulino-dependente
O diabetes tipo 2 é uma doença que dura a vida toda (crônica), marcada pelos altos níveis de açúcar (glicose) no sangue. O diabetes tipo 2 é a forma mais comum de diabetes.
CAUSAS

O diabetes é causado por um problema com o processo de produção ou de consumo de insulina no organismo. A insulina é necessária para levar o açúcar do sangue (glicose) às células, onde fica armazenado e, depois, é utilizado para gerar energia.
Quando se tem diabetes tipo 2, os adipócitos (células de gordura), os miócitos (células dos músculos) e os hepatócitos (células do fígado) não respondem corretamente à insulina. Isso é conhecido como resistência à insulina. Por causa disso, o açúcar do sangue não entra nessas células para ser armazenado e transformado em energia.
Quando o açúcar não consegue entrar nas células, altos níveis de açúcar se acumulam no sangue. Esse processo é chamado de hiperglicemia.
AdamComparação entre os níveis de glicose no sangue de uma pessoa normal e os de uma pessoa com diabetes
O diabetes tipo 2 normalmente ocorre lentamente ao longo do tempo. A maioria das pessoas com a doença está acima do peso quando é diagnosticada. O aumento da gordura dificulta a utilização da insulina de forma correta no corpo.
O diabetes tipo 2 também pode se desenvolver em pessoas magras. Isso acontece mais frequentemente com idosos.
O histórico familiar e os genes desempenham um papel importante no diabetes tipo 2. Baixo nível de atividade física, má alimentação e excesso de peso em torno da cintura aumentam o risco. Consulte também: Diabetes tipo 2 para ver uma lista de fatores de risco.
EXAMES
Seu médico pode suspeitar que você tenha diabetes se o nível de açúcar no sangue estiver acima de 200 mg/dL. Para confirmar o diagnóstico, um ou mais dos seguintes exames precisam ser feitos.
Exames de sangue de diabetes:
·         Glicemia de jejum o diabetes será diagnosticado se for duas vezes maior que 126 mg/dL
·         Normal: menor do que 5,7%
·         Pré-diabetes: entre 5,7% e 6,4%
·         Diabetes: 6,5% ou mais
·         Teste oral de tolerância à glicose - o diabetes é diagnosticado se o nível de glicose for maior que 200 mg/dL após duas horas
A triagem é recomendada para:
·         Crianças com excesso de peso que têm outros fatores de risco para o diabetes, a partir de 10 anos de idade e repetida a cada dois anos
·         Adultos com excesso de peso (IMC maior que 25) que apresentem outros fatores de risco
·         Adultos com mais de 45 anos a cada três anos
Consulte o médico a cada três meses. Nessas visitas, é normal que o médico:
·         Verifique sua pressão arterial
·         Verifique a pele e os ossos de seus pés e pernas
·         Observe seus pés para saber se estão ficando dormentes
·         Examine a parte posterior do olho com um instrumento especial iluminado chamado oftalmoscópio
Os seguintes exames ajudarão você e seu médico a monitorar o diabetes tipo 2 e prevenir problemas:
·         Medir a pressão arterial pelo menos a cada ano (a pressão arterial deve ser de 130/80 mm/Hg ou menos).
·         Fazer o teste da hemoglobina glicada A1c (HbA1c) a cada 6 meses se o diabetes estiver bem controlado, do contrário, a cada 3 meses.
·         Fazer um controle anual do colesterol e dos triglicérides (os níveis de LDL devem estar abaixo de 70-100 mg/dL).
·         Faça exames anualmente para verificar se os rins estão funcionando bem (microalbuminúria e creatinina sérica).
·         Visite o oftalmologista pelo menos uma vez por ano ou mais frequentemente se houver sinais de doença ocular diabética.
·         Visite o dentista a cada 6 meses para uma limpeza completa e exame odontológico. Informe seu dentista que você é diabético.
SINTOMAS DE DIABETES TIPO 2
Normalmente, as pessoas com diabetes tipo 2 não apresentam sintomas no início. Elas podem não apresentar sintomas por muitos anos.
O PRIMEIROS SINTOMAS DE DIABETES PODEM SER:
·         Infecção na bexiga, no rim, na pele ou outras infecções que são mais frequentes ou curam lentamente
·         Fadiga
·         Fome
·         Aumento da sede
·         Aumento do volume da urina
O primeiro sintoma também pode ser:
·         Visão turva
·         Disfunção erétil
·         Dor ou dormência nas mãos ou pés
·          
BUSCANDO AJUDA MÉDICA
Ligue para 192 imediatamente se tiver:
·         Dor ou pressão no peito
·         Desmaios ou perda da consciência
·         Convulsões
·         Falta de ar
Esses sintomas podem rapidamente se agravar tornando-se emergenciais (como em caso de convulsões ou coma hipoglicêmico).
LIGUE PARA O MÉDICO SE TIVER:
·         Dormência, formigamento ou dor nos pés e nas pernas
·         Problemas de visão
·         Feridas ou infecções nos pés
·         Sintomas de elevados níveis de açúcar no sangue (muita sede, visão turva, pele seca, sensação de fraqueza ou cansaço, necessidade de urinar com muita frequência)
·         Sintomas de baixos níveis de açúcar no sangue (sensação de fraqueza ou cansaço, tremores, sudorese, irritabilidade, confusão mental, batimentos cardíacos acelerados, visão dupla ou turva, sensação de desconforto)
·          
TRATAMENTO DE DIABETES TIPO 2
O objetivo imediato do tratamento é baixar os altos níveis de glicose no sangue. As metas de longo prazo do tratamento são a prevenção de problemas provenientes do diabetes.
O tratamento mais significativo para o diabetes tipo 2 é atividade física e dieta.
APRENDA ESTAS TÉCNICAS BÁSICAS
É importante aprender técnicas básicas sobre como gerenciar o diabetes. Elas o ajudarão a evitar problemas e a necessidade de cuidados médicos. Os itens incluem:
·         Como testar e registrar sua glicemia
·         O que e quando comer
·         Como tomar medicamentos, se necessário
·         Como reconhecer e tratar os níveis altos (hiperglicemia) e baixos (hipoglicemia) de açúcar no sangue
·         Como lidar com os dias em que não se sentir bem
·         Onde comprar produtos para diabetes e como armazená-los
Pode levar meses para se aprender essas técnicas básicas. Continue sempre aprendendo sobre o diabetes tipo 2, suas complicações e como controlar e viver com a doença. Mantenha-se atualizado sobre novas pesquisas e tratamentos.
CONTROLANDO SUA GLICOSE
Fazer o autoexame significa verificar sozinho sua glicose em casa. Ao verificar os níveis de glicose no sangue em casa e anotar os resultados, será possível avaliar se o diabetes está sendo bem controlado.
AdamObjetos necessários para fazer os autotestes e controlar a glicemia no sangue
Um dispositivo chamado glicosímetro é capaz de medir a concentração exata de glicose no sangue. Existem diferentes tipos de aparelhos. Normalmente, a pessoa fura o dedo com uma agulha pequena chamada lanceta. Uma pequena gota de sangue aparece na ponta do dedo. Coloca-se o sangue em uma tira reagente que é inserida no aparelho. Os resultados aparecem em cerca de 30 a 45 segundos.
O médico ou outro profissional que trabalhe com diabetes ajudará a definir um cronograma de testes feitos em casa. O médico o ajudará a definir as metas relativas às taxas de glicose do paciente.
·         A maioria das pessoas com diabetes tipo 2 só precisa verificar a glicose uma ou duas vezes por dia.
·         Se as taxas estiverem sob controle, será necessário verificá-las apenas algumas vezes na semana.
·         É importante verificar o sangue ao acordar, antes das refeições e antes de dormir.
·         Talvez seja preciso verificar com mais frequência quando se está doente ou sob estresse.
O paciente pode se basear nos resultados dos testes para alterar as refeições, suas atividades ou os medicamentos e, assim, manter os níveis de glicose normalizados. Este procedimento pode ajudar a identificar as altas e as baixas taxas de glicose no sangue antes que causem problemas.
Mantenha um registro das taxas tanto para você como para o seu médico. Isso ajudará se estiver com dificuldades para controlar seu diabetes.
CONTROLE DA DIETA E DO PESO
Procure sempre se informar com o médico, enfermeira e nutricionista sobre a quantidade de gordura, proteínas e carboidratos necessária em sua dieta. A forma como planeja suas refeições deve estar de acordo com seu estilo de vida e hábitos diários e deve tentar incluir alimentos de que você goste.
É importante controlar o peso e seguir uma dieta bem balanceada. Algumas pessoas com diabetes tipo 2 podem parar de tomar medicamentos depois de perder peso (embora ainda tenham diabetes).
Pacientes com grande excesso de peso, cujo diabetes não está bem controlado com dieta e medicamentos, devem considerar a cirurgia bariátrica (para perda de peso).
ATIVIDADE FÍSICA REGULAR
O exercício físico regular é importante para todos. É ainda mais importante se a pessoa tem diabetes tipo 2. Os exercícios em que o coração e a respiração ficam mais rápidos ajudam a reduzir as taxas de glicose no sangue sem medicação. Também queimam calorias e gorduras extras, controlando o peso.
Os exercícios podem ajudar a saúde, melhorando o fluxo sanguíneo e a pressão arterial. Os exercícios também aumentam o nível de energia do corpo, diminuem a tensão e melhoram a capacidade de lidar com o estresse.
Conculte o médico antes de iniciar qualquer programa de exercícios. Pessoas com diabetes tipo 2 devem tomar precauções especiais antes, durante e depois de atividades físicas intensas.
MEDICAMENTOS PARA TRATAR DIABETES
Se a dieta e o exercício físico não ajudarem a manter as taxas de glicose quase ou totalmente normalizadas, o médico deverá prescrever medicação. Como esses medicamentos ajudam a diminuir as taxas de formas diferentes, é possível que o médico indique mais de um medicamento.
Alguns dos tipos mais comuns de medicamentos estão listados abaixo. São tomados por via oral ou são injetáveis.
·         Inibidores da alfaglicosidase (como acarbose)
·         Biguanidas (metformina)
·         Medicamentos injetáveis (incluindo a exenatida, mitiglinida, a sitagliptina, pranlintida e saxagliptina)
·         Meglitinidas (incluindo repaglinida e nateglinida)
·         Sulfonilureias (como glimepirida, gliburida e tolazamida)
·         Tiazolidinedionas (como rosiglitazona e pioglitazona). A rosiglitazona pode aumentar o risco de problemas cardíacos. Converse com seu médico.
Essas drogas podem ser administradas com a insulina ou a insulina pode ser usada sozinha. Talvez seja preciso insulina se o controle glicêmico continuar insuficiente. Ela precisa ser injetada sob a pele com uma seringa ou caneta de insulina. Não pode ser tomada por via oral. Consulte também: DIABETES TIPO 1
Não se sabe se os medicamentos de hiperglicemia tomados por via oral são seguros durante a gravidez. As mulheres que têm diabetes tipo 2 e engravidam podem ter que trocar para insulina durante a gravidez e enquanto amamentam.
PARA EVITAR COMPLICAÇÕES
O médico pode prescrever medicamentos ou outros tratamentos para reduzir suas chances de desenvolver doenças oculares ou renais e prevenir outras condições que são mais comuns em pessoas com diabetes.
CUIDADOS COM OS PÉS
Pessoas com diabetes são mais propensas a ter problemas nos pés. O diabetes pode causar danos aos nervos, o que significa que você pode não sentir um machucado no pé até que se desenvolva uma grande ferida ou infecção. O diabetes também pode lesionar os vasos sanguíneos.
Pode diminuir a capacidade que o corpo tem de combater uma infecção. Pequenas infecções podem piorar rapidamente e causar a morte da pele e de outros tecidos.
Para evitar lesões nos pés, é necessário verificar e cuidar deles todos os dias. Consulte também:Pé diabético
EXPECTATIVAS
Depois de muitos anos, o diabetes pode levar a sérios problemas nos olhos, rins, nervos, coração, vasos sanguíneos e outras regiões do corpo.
Para pessoas com diabetes tipo 2, o risco de um ataque cardíaco é o mesmo que o de alguém que já teve um ataque no coração. Tanto homens quanto mulheres com diabetes correm o risco. A pessoa pode até não ter os sinais normais de um ataque cardíaco.
Se o açúcar no sangue e a pressão arterial forem controlados, será possível reduzir o risco de morte, derrame, insuficiência cardíaca e outros problemas causados pelo diabetes.
Algumas pessoas com diabetes tipo 2 param de tomar remédios se perdem peso e praticam mais atividades físicas. Quando chegam ao peso ideal, a própria insulina do corpo e uma dieta saudável podem controlar os níveis de açúcar no sangue.
COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS
Após muitos anos, os problemas do diabetes tipo 2 podem ser:
·          
·         Você pode apresentar problemas oculares, inclusive problemas de visão (especialmente à noite) e sensibilidade à luz. Você pode ficar cego.
·         Os pés e a pele podem desenvolver ferimentos e infecções. Após muito tempo, pode ser necessário amputar o pé ou a perna. A infecção também pode causar dor e coceira em outras partes do corpo.
·         O diabetes pode dificultar o controle da pressão arterial e do colesterol. Isso pode levar a um ataque cardíaco, derrame e outros problemas. O sangue pode apresentar mais dificuldade em fluir para pernas e pés.
·         Pode haver danos nos nervos do corpo, causando dor, formigamento e perda de sensibilidade.
·         Devido aos danos nervosos, pode haver problemas para digerir os alimentos. Você pode sentir fraqueza ou ter problemas para ir ao banheiro. Os danos nervosos podem dificultar aos homens ter uma ereção.
·         Nível alto de açúcar no sangue e outros problemas podem levar a danos nos rins. Os rins podem não funcionar muito bem, podendo até parar de funcionar.
Infecções na pele, no trato genital feminino ou no trato urinário também são mais comuns.
Para evitar problemas provenientes do diabetes, visite o médico ou um profissional da saúde pelo menos quatro vezes por ano. Fale sobre quaisquer problemas que tiver.
PREVENÇÃO
Uma forma de ajudar a prevenir o diabetes tipo 2 é manter o peso ideal e ter um estilo de vida ativo.
Se atualize em relação às vacinas e se vacine contra a gripe todos os anos.
Fontes e referências:
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·         Pignone M, Alberts MJ, colwell JA, Cushman M, Inzucchi SE, Mukherjee D, et al. Aspirin for primary prevention of cardiovascular events in people with diabetes: a position statement of the American Diabetes Association, a scientific statement of the American Heart Association, and an expert consensus document of the American College of Cardiology Foundation. Circulation. 2010;121:2694-2701.
·         Buchwald H, Estok R, Fahrbach K, Banel D, Jensen MD, Pories WJ, Bantle JP, Sledge I. Weight and type 2 diabetes after bariatric surgery: systematic review and meta-analysis. Am J Med. 2009 Mar;122(3):248-256.e5. Review. PubMed PMID: 19272486.
·         ACCORD Study Group, Gerstein HC, Miller ME, Genuth S, Ismail-Beigi F, Buse JB, et al. Long-term effects of intensive glucose lowering on cardiovascular outcomes. N Engl J Med. 2011;364:818-828.
·         Alemzadeh R, Ali O. Diabetes Mellitus. In: Kliegman R, ed. 19th ed. Nelson Textbook of Pediatrics. Philadelphia, Pa: Saunders Elsevier; 2011: chap 583.
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